domingo, 25 de março de 2012

Nunca sozinha

Cortei meus cabelos e raspei no limite. Digo no limite porque eles já estavam fracos e percebia um volume maior de fios na escova de pentear.  Foi no dia 14 de fevereiro, um dia depois do meu aniversário, data especial pra mim e que sabia que noutro dia daria adeus as madeixas loiras. Passei o dia nervosa, mal movimentava a cabeça, tinha receio que acontecesse igual aos filmes que você dá uma cochilada e quando acorda está com todo o cabelo no travesseiro. Não é bem assim.
Também preservei a data do meu aniversário sentindo que alguém poderia passar pra me dar felicitações. Acertei. Amigos, amigas, familiares queridos fizeram isso. Minha casa foi tomada por uma alegria e uma festinha surpresa. Um susto.
Todo mundo sabia, menos eu. Acho-me muito esperta mas, desta vez, nem desconfiei. Mesmo um dia velhinha eu nunca esquecerei aquela imagem das minhas amigas entrando em casa com tudo pronto – doces, salgados, refrigerantes, sucos e um vale peruca. Elas sabiam que eu faria uma e esse foi mais um presente além da alegria, do carinho e da amizade, pois estamos sempre juntas, nos mais diversos e necessários momentos.
Juntei este dia a todos os outros que antecederam meu aniversário e que comecei a receber o carinho de várias pessoas  - mensagens de voz e de texto, flores, livros, santos, amuletos e até maquiagem com o compromisso de que, mesmo careca, eu ia manter a vaidade e não deixar a doença estampar o meu rosto.  O valor que você dá as coisas passa a ser diferente.

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