terça-feira, 17 de abril de 2012

Tin tin


"Brindo à casa, brindo à vida, meus amores, minha família..." 

Consulta

Entrar no consultório do oncologista hoje foi um alívio. Fui ao centro oncológico para uma consulta e não mais as aplicações de quimioterapia. O otimismo do médico fez eu sair do consultório saltitante. E foi assim desde a primeira consulta. Tivemos um período de tratamento quimioterápico de sucesso. Tudo correu bem. Tolerável.
E o médico perguntou: "- Sentiu enjoo hoje quando entrou aqui, neste ambiente? (coisa comum em que está em tratamento). E eu respondi a ele o que disse para as enfermeiras na última aplicação de quimioterapia: - "Não.....e agora eu não vou mais vir aqui?!". Bem, uma hora as aplicações encerrariam, mas continua a orientação e o acompanhamento.
Obrigada dr. Rogério Martins de Aguiar. O otimismo sempre prevaleceu neste período. Quem é paciente sabe o quanto isso representa e ajuda a encarar com firmeza o problema.

No mesmo dia tive meu primeiro contato com o radiologista. Serão 30 sessões, todos os dias, exceto nos sábados e domingos.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Em frente

Começo de semana e a sensação de recomeçar. Na quinta-feira fiz minha última sessão de quimioterapia e ainda sinto os sintomas. Mas cada sensação ruim penso: "- Foi a última". Amém.
Em seguida, farei consulta com o oncologista, radiologista e começo nos próximos dias as sessões de radioterapia.Oh yes!!

Foto com as meninas do Cethron. Obrigada gurias.Obrigada José. Obrigada  João Guilherme e Dete por terem me acompanhado nas sessões neste período.

- Ana Cristina Zembrani, Vanessa Schelavin, Tatiane Madri, Aline Zanella e Marjorie Schuh
-  Com enfermeiro José Weber

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Última quimio

Faço amanhã minha quarta e última sessão de quimioterapia. Também terei consulta para saber quais próximos passos, quando iniciarei a radioterapia. Difícil controlar a irritação. Ainda preciso aprender a conter a ansiedade. Deve ser psicológico porque já estou enjoada!ahahahaha

A aplicação da medicação quimioterápica é tranquila. O Cethron tem equipe maravilhosa, atenciosa. A equipe de enfermeiros, técnicos e atendentes são bem alegres, o que acredito não seja fácil num ambiente que lida com câncer. Costumo chegar as 8h30 e saio de lá por volta do meio dia. O João e a Dete sempre me acompanham. Fico alí, sentadinha numa poltrona tipo de papai e a medicação é feita via cateter. Não sinto nada, apenas um soninho. Fico vendo TV e acompanhando a movimentação. Tenho vontade de conversar com as pessoas das outras salas, saber o que se passa. Mas não né. Converso um pouco com meus santos, faço umas perguntas sem resposta e deu.

Na foto, eu na minha terceira quimioterapia.

domingo, 25 de março de 2012

O corte careca

Um dia que era para ser tenso  acabou sendo divertido graças a companhia de um grupinho bem especial. João Guilherme, Juliano Zanotelli, Claudinha Scopel, Carolina Damo, Sirli Freitas e Darci Debona foram comigo, de comitiva, para o salão da Bia Marangoni. Além deles, sei que outras pessoas próximas, de longe, mandavam boas energias para que aquele momento fosse tranqüilo.
Sirli fez algumas fotos, Darci e Juliano foi risada na certa, Calula roia o resto de unha que tinha e Claudinha mordia os lábios (porque elas fazem isso quando estão nervosas). A Bia sorriu o tempo todo, mas eu sentia nela um olhar brilhante mesmo com a experiência de quem faz isso com certa frequencia. João Guilherme, com sua serenidade,  trouxe-me paz e a certeza que estava ali. Num determinado momento, percebi as meninas de óculos escuros. Eu sabia o que estava acontecendo...
 Em seguida, os meninos passaram a máquina zero na cabeça.
Obrigada pessoal. Vocês transformaram um momento de dificuldade em diversão.
Depois disso, eu viveria a  fase da curiosidade das pessoas, uma mistura de preocupação comigo com uma vontade de “ver como ficou”. 

Nunca sozinha

Cortei meus cabelos e raspei no limite. Digo no limite porque eles já estavam fracos e percebia um volume maior de fios na escova de pentear.  Foi no dia 14 de fevereiro, um dia depois do meu aniversário, data especial pra mim e que sabia que noutro dia daria adeus as madeixas loiras. Passei o dia nervosa, mal movimentava a cabeça, tinha receio que acontecesse igual aos filmes que você dá uma cochilada e quando acorda está com todo o cabelo no travesseiro. Não é bem assim.
Também preservei a data do meu aniversário sentindo que alguém poderia passar pra me dar felicitações. Acertei. Amigos, amigas, familiares queridos fizeram isso. Minha casa foi tomada por uma alegria e uma festinha surpresa. Um susto.
Todo mundo sabia, menos eu. Acho-me muito esperta mas, desta vez, nem desconfiei. Mesmo um dia velhinha eu nunca esquecerei aquela imagem das minhas amigas entrando em casa com tudo pronto – doces, salgados, refrigerantes, sucos e um vale peruca. Elas sabiam que eu faria uma e esse foi mais um presente além da alegria, do carinho e da amizade, pois estamos sempre juntas, nos mais diversos e necessários momentos.
Juntei este dia a todos os outros que antecederam meu aniversário e que comecei a receber o carinho de várias pessoas  - mensagens de voz e de texto, flores, livros, santos, amuletos e até maquiagem com o compromisso de que, mesmo careca, eu ia manter a vaidade e não deixar a doença estampar o meu rosto.  O valor que você dá as coisas passa a ser diferente.

O retorno

Volto a postar. Passei um bom tempo sem entrar aqui e escrever. É engraçado mas faz parte dos "altos  baixos". Tentei descobrir o por que não tinha mais vontade. Hoje acredito que descobri. O último post era sobre a despedida dos meus cabelos. Se eu não escrevesse sobre isso, sobre a careca, seria como se, pelo menos aqui, eu ainda tivesse cabelos. É muito doido, mas foi a melhor conclusão. E minhas conclusões são seguidas de um silencio e aquietamento interno. Foi o que senti quando refleti sobre isso.

(Foto- 14/2/2012)